O Festival Brasileiro do Teatro Brasileiro traz à Fortaleza 11 espetáculos da cena baiana.
Clown, drama, teatro ritualístico e antropológico, comédia, teatro físico, stand up comedy e teatro do absurdo… vertentes que formam um mosaico diversificado nas produções realizadas atualmente pelo teatro baiano.
O Festival do Teatro Brasileiro promove mais uma vez o intercâmbio cultural entre estados brasileiros. Depois de apresentar, em maio deste ano, espetáculos de grupos pernambucanos para mais de 15 mil pessoas nos teatros de Sergipe e Bahia, o FTB traz para Maranhão e Ceará uma amostragem do teatro feito na Bahia. De 22 de setembro a 11 de outubro, será realizado o FTB – Cena Baiana, etapas Ceará e Maranhão. Ao todo, serão dezessete espetáculos contemplando várias vertentes do teatro baiano, além de oficinas e debates, sempre gratuitos. O Festival do Teatro Brasileiro, que está em sua nona edição conta com o patrocínio da Eletrobrás, Chesf, Caixa Econômica Federal, Ministério do Turismo, Fundo de Cultura da Bahia / Governo da Bahia e apoio da Funarte, Secretaria de Cultura do Ceará / Governo do Ceará e Lei Federal de Cultura / Ministério da Cultura / Governo Federal. Para a etapa Ceará do FTB – Cena Baiana foram escolhidos 13 espetáculos dentro de um universo de 87 grupos inscritos. A seleção feita pelos curadores Guilherme Filho e Sérgio Maggio, ambos jornalistas e críticos de teatro, contemplou diferentes linguagens teatrais, como clown, drama, comédia, stand up comedy, teatro ritualístico e antropológico, teatro físico e teatro do absurdo, formando um mosaico diversificado das produções realizadas atualmente pelo teatro baiano. E as crianças não ficaram de fora da programação do Festival. Antecipando as comemorações do dia 12 de outubro, o FTB preparou uma agenda especial para o público infanto-juvenil. A etapa se inicia no dia 22 de setembro com a stan up comedy de Frank Menezes, “O Indignado”. Depois dele, passarão pelos palcos dos teatros José de Alencar, Dragão do Mar, Sesc Senac Iracema e Sesc Emiliano Queiroz, os espetáculos “Redimunho”, do grupo Estado Dramático; “Ó Paí, ó”, do Bando de Teatro Olodum; o cultuado espetáculo de clown “O Sapato do Meu Tio”; “Batata!”, da companhia Dimenti; a comédia “R$ 1,99”, de Ricardo Castro; a dramaturgia angolana de “Amêsa”; o teatro do absurdo de “Os Javalis”; e “Deus Danado”, peça rica em simbolismos e metáforas, ganhadora de 13 prêmios em festivais de várias regiões do País. Para a criançada foram selecionados “Chuá”, uma versão nada convencional da companhia Dimenti para o clássico “Lago dos Cisnes”; e “Da Ponta da Língua à Ponta do Pé”, primeira incursão da companhia Viladança na área infantil. Nos dois casos das peças infantis, haverá sessões exclusivas para crianças e adolescentes da rede pública de ensino.
Além de apresentar de graça espetáculos de qualidade, uma das intenções do Festival do Teatro Brasileiro é contribuir para a qualificação de profissionais das diferentes etapas da cadeia produtiva das artes cênicas, além de propor atividades de introdução às artes para jovens em situação de vulnerabilidade social. Por isso, paralelamente às apresentações teatrais, o FTB realiza no estado oficinas de qualificação profissional. Ainda na fase de pré-produção da etapa Ceará, curadores e produção detectaram algumas demandas da classe artística do estado, como a necessidade de oficinas técnicas. Na tentativa de suprir essa carência, o Festival programou para Fortaleza as oficinas de Iluminação, com Fernanda Paquelet; Direção Teatral, com Fernando Guerreiro; Interpretação, com Fábio Vidal; e Dança: investigação de movimento e produção de sentido, com Rita Aquino. As aulas começam um pouco antes da programação de espetáculos, no dia 15 de setembro.
Mas a programação do Festival do Teatro Brasileiro não para por aí. Intencionando formar platéias apreciadoras de teatro e cultura, o FTB abre espaço, ao final de cada apresentação, para um bate-papo franco e enriquecedor entre elenco e público. A intenção da produção do FTB ao fazer isso é permitir que o espectador se aproxime mais da obra teatral, abrindo espaço para que ele exponha suas críticas, dúvidas ou elogios. Esses bate-papos se mostram especialmente interessantes quando realizados com alunos de escolas públicas que, muitas vezes, estão vivenciando pela primeira vez o ambiente teatral. Com a comunidade escolar, a formação de platéia se faz ainda mais intensa. Cerca de 5.000 estudantes em mais de 50 escolas da rede pública de ensino (municipal, estadual e Projovem Urbano de Fortaleza) serão acompanhados por arte-educadores em sala de aula antes e depois de assistirem aos espetáculos. Um processo que aproxima da escola a produção artística e fruição cultural.