Uma mostra de vídeo contemporâneo colombiano integra a exposição “Mirador”, com curadoria da cearense Simone Barreto. Promovida pelo Centro Cultural Banco do Nordeste, a mostra acontecerá no espaço cultural Dança no Andar de Cima (rua Desembargador Leite Albuquerque, 1523A – Aldeota), em Fortaleza, com abertura na próxima quinta-feira), dia 31, às 19 horas, com entrada franca. A visitação gratuita se estenderá de 1º a 14 de abril, no período de 14 horas às 20 horas.
No dia da abertura (31/03) da exposição, haverá um ônibus saindo do Centro Cultural Banco do Nordeste-Fortaleza (rua Floriano Peixoto, 941 – Centro – fone: (85) 3464.3108) para conduzir as pessoas até o local da mostra. Da exposição, participam vídeos dos seguintes artistas convidados: Edwin Sanchez, Daniel Santiago Salguero, Lina Rodriguez e David Escobar, Jim Fannkugen Salas, Guillermo Marin Rico e Wilson Diaz.
Nos dias seguintes, haverá palestra com Edwin Sanchez (dia 1º, sexta-feira), exibição do 7º Festival de Performance de Cali (dia 2, sábado), além de debates sobre Imagem em Questão (dia 4, segunda-feira), Apresentação e Representação (dia 5, terça-feira) e Participação e Poética (dia 6, quarta-feira). De 2 a 6 de abril, a partir das 19 horas, a programação tem início com a exibição da série documental “Lo URGENTE!”.
A proposta dessa exposição surgiu como resultado de uma residência artística e curatorial realizada por Simone Barreto na Colômbia, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2010.
Bogotá, Cali e Medellín foram algumas cidades visitadas e esta exposição propõe a apresentação de um recorte dessa produção local. A primeira é Bogotá: um bloco cinza, alto, no centro do país, incrustada na cordilheira oriental. A segunda é Medellín que, até os anos 1990, viveu com Cali um violento embate: a sangrenta disputa entre o Cartel de Cali e o Cartel de Medellín. Toda a violência em nome de cultivos, mercado consumidor de drogas, terra, ideologias e dinheiro.
Estas cidades como qualquer outra têm rotas proibidas. Partes do desenho do mapa são inacessíveis, não se pode percorrer, pois são ocupados por alguns grupos específicos. As obras que compõem essa mostra têm em comum não só os meios audiovisuais pelas quais são apresentadas, mas também porque nela observamos ações de registro, vigília, contemplação e conflito.
Alguns desses embates são temas frequentes na produção artística dos últimos anos, assim como as relações de força e poder entre o governo e a guerrilha. Todos trazem à tona questões presentes no cotidiano das cidades latino-americanas.
Em comum esses artistas agregam e agenciam produções coletivas como o Festival Internacional de Performance de Cali, o Salão Nacional de Artistas, a Residência en La Tierra, a Revista Invisible, o espaço de residências artísticas ElParche e a mostra municipal de videoarte Para Verte Mejor. Essas ações têm o intuito de diminuir a sensação de isolamento e de vivenciar outras formas de experiência nas artes.