Abril Pro Rock em 19ª edição demonstra vitalitade e que outras vias para a música são possíveis.
Diferente de festivais de música Pop/Rock que acontecem no Nordeste, nos quais atrações estão no main stream, o Abril Pro Rock evolui ao longo desse tempo e permite conhecer o outro lado da moeda: o som da cena independente do Brasil e do mundo, o som alternativo, que passa ao largo da grande mídia.
O último final de semana apontou novamente o Recife como destino da música com a realização de mais um Abril Pro Rock. O festival aconteceu entre os dias 15 e 17 no Chevrolet Hall, entre Recife e Olinda.
Prestes a completar 20 anos, o APR conquistou sua importância por levar ao público a diversidade musical e cultural pernambucana e do restante do País. Ressalte-se que, a história do festival está imbricada na história do movimento Mangue Beat, pois foi mola propulsora que lançou Chico Science e a sua Nação Zumbi, Mundo Livre S/A e tantos outros para o mundo.
Este ano, o palco do APR recebeu em seu primeiro dia shows de bandas mais pesadas como, Cangaço (PE) e a cearense Facada. Mas foi no segundo dia em um casarão no Recife Antigo, que foi realizado o APR Club, uma espécie de intermezzo das noites oficiais. Por lá, sons mais alternativos com os pernambucanos do Voyer, passeando entre guitarras e beats; MIM, ex-Madame Mim – impossível na lembrar de Lady Gaga, devido ao figurino – e Boss in Drama.
Chicha Libre, novidade no festival.
Mas o ápice do APR se deu no domingo. Portões abertos às 17h e bandas pernambucanas fizeram as honras da casa. Feiticeiro Julião e sua magia sonora carregada de referências, embora tocando para um número ainda incipiente de pessoas, empolgou e mostrou por que saiu vencedor do concurso #BisproRock. Outro show que ganhou a atenção foi o da banda Mamelungos. No set list do grupo casaram frevo, rock e jazz. A noite ainda teve o rock do Holger (SP). O lado gringo teve a Chicha Libre (EUA), que pôs a galera pra dançar ao som da chicha, um ritmo com matizes caribenhos, ao qual o grupo acrescentou elementos pop.
Arnaldo desceu e cantou no meio do plateia.
Arnaldo Antunes fez o seu iê, iê, iê, desfiando canções de discos anteriores e deste mais recente com direito a covers de Odair José – Quando Você Decidir – e Jorge Aragão – Vou Festejar.
Divas do APR
Tulipa Ruiz, estreia e encanto.
Estreando no APR e dona de um dos shows mais aplaudidos, a paulista Tulipa Ruiz deu seu recado certinho e surpreendeu. Carisma, descontração, interação com o público, foram alguns dos ingredientes para uma apresentação que ainda contou com a participação de Marcelo Jeneci, na canção Dia a Dia e a releitura de Da Maior Importância, de Caetano. Tulipa é performática. Ainda não havia visto seu show. Recomendo.
Karina Burh, disco sucesso de crítica.
Voltando ao festival desta vez em carreira solo e a bordo de um disco de estreia bem aceito e elogiado, a pernambucana Karina Burh também fez show azeitado, superbem auxiliada pelas guitarras de Fernando Catatau e Edgar Scandurra, contando também com o trompetista Guizado. Cheia de brilho, mandou entre tantas, O Pé, Ciranda do Incentivo e Eu Menti Pra Você.
O APR teve também Eddie e encerrou com os jamaicanos do Skatalites. Quem ainda não conhece de perto o festival, vale a pena rumar pra Recife. Vida longa ao APR!
Joanice Sampaio viajou a convite da produção do Abril Pro Rock, da equipe do #BisProRock e da Le Fil Comunicação.




