O músico cearense Zé Menezes (1923-2014), uma das maiores referências na produção musical brasileira, ganha novo tributo em Fortaleza, desta vez com o o lançamento do DVD destinado a contribuir para a memória sobre o autor do clássico “Nova Ilusão”, do clássico tema de abertura do programa “Os Trapalhões” exibido na Rede Globo entre os anos 1970 e 1990. O show acontece nesta quinta-feira, às 19h, no foyer do Theatro José de Alencar. Entrada gratuita. (Foto: Chico Gadelha)
No show, a banda composta por sete músicos que executarão as 13 faixas do DVD “Tributo a Zé Menezes” – Tarcísio Sardinha (violão 7 cordas), Pedro Madeira (bandolim), Rômulo Santiago (trombone), Giltácio Santos (clarinete e sax), Mateus Farias (flauta transversal), Rafael Melo (pandeiro) e Francisco Carlos (cavaquinho).
Zé Menezes
José Menezes de França ou simplesmente Zé Menezes, maestro, arranjador, compositor e multiinstrumentista, nasceu em 6 de setembro de 1921 e faleceu em 31 de julho de 2014. Com um talento precoce, aos oito anos de idade já tocava cavaquinho profissionalmente no cinema de Juazeiro do Norte, época em que também se apresentou para o Padre Cícero e compôs sua primeira música: “Meus oito Anos”. Aos 11, tornou-se músico na Banda Municipal de Juazeiro do Norte. Com um talento incontestável e vontade de expandir sua vocação, Zé Menezes partiu para Fortaleza, onde inicialmente trabalhou como alfaiate. Depois, fez contatos com outros músicos e criou um regional, e na sequência, foi contratado pela Ceará Rádio Clube que inaugurava o serviço de ondas curtas. Através do radialista cearense César Ladeira recebeu um convite para atuar na Rádio Mayrink Veiga, no Rio de Janeiro, para onde seguiu na sua profissional. No Rio, formou o conjunto “Os Milionários do Ritmo”, tornando se solista de muito prestígio. Logo após, foi para a Rádio Nacional, apresentandose com Garoto, no programa “Nada além de dois minutos”. Além de fazer dueto com Garoto, Zé Menezes trabalhou com outros grandes nomes, como Radamés Gnatalli, mesmo período escreveu a música “Nova Ilusão”, juntamente com o já consagrado letrista Luiz Bittencourt, a qual foi gravada posteriormente pelo grupo Os Cariocas, por Francisco Sergi & Orquestra, Dick Farney & Quarteto e já na década de 90 pela cantora cearense Marta Aurélia. Zé Menezes fez parte do Sexteto Gnatalli, no qual também tocava a irmã do conceituado Maestro Radamés, Aída Gnatalli. Com o grupo, excursionou por Paris, Londres, Oxford, Roma, Lisboa e Porto com bastante sucesso. Com a chegada da TV na década de 50 e o declínio do rádio na década de 60, Zé Menezes mudou de atividade e tornou-se maestro na RCA Victor e foi arranjador de Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Gilberto Milfont, Miúcha, Tom Jobim e muitos outros artistas da época, na MPB. Ainda na década de 60, formou o grupo “Os Velhinhos Transviados”, que fazia paródias de músicas antigas e modernas, além de produzir novos arranjos para clássicos nacionais e internacionais. Com os “Velhinhos Transviados”, grupo no qual era o solista tocando guitarra, gravou e lançou até 1971, 13 LPs. Já na década de 70, foi para a Rede Globo de Televisão, primeiro como guitarrista, e logo, alçando o posto de maestro, arranjador e diretor musical. Na nova função artística, permaneceu até 1992, quando se aposentou como profissional da emissora. Nesse período, compôs trilhas e vinhetas para programas de sucesso tais como “Chico City”, “Viva o Gordo” e “Os Trapalhões”, este último, tema que permanece no inconsciente coletivo dos brasileiros, como uma de suas composições mais conhecidas e lembradas da criação de Zé Menezes.
Serviço
Tributo a Zé Menezes
Show nesta quinta, 19, às 19h, no foyer do Theatro José de Alencar
Entrada franca
