Em homenagem à escritora Rachel de Queiroz (1910-2003), o programa Recordar é TV desta terça (31), às 22h45, na TV Brasil, apresenta registros históricos da saudosa romancista em duas produções preservadas no acervo da TV Educativa do Rio de Janeiro. Foto: Acerto TV Brasil
O primeiro bloco mostra uma reportagem conduzida pelo jornalista Araken Távora na casa da escritora, em 1978, no programa Os Mágicos. Já a segunda parte do Recordar é TV exibe trechos de uma entrevista feita pela jornalista Hildegard Angel no programa As Pessoas, em 1989.
O conteúdo de arquivo recuperado revela as origens, aspectos da vida pessoal e da carreira da autora cearense. No material selecionado pela TV Brasil, Rachel de Queiroz fala sobre suas preferências literárias e comenta a amizade com Ariano Suassuna. “Escrever nunca foi uma vocação. Foi uma profissão. Minha paixão mesmo é a vida”, disse.
Autora de clássicos como “O Quinze” (1930), “As Três Marias” (1939) e “Memorial de Maria Moura” (1992), Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras em 4 de novembro de 1977
A escritora tem uma produção literária que foi traduzida para diversos idiomas. Alguns de seus livros foram adaptados para outras plataformas como o cinema e a televisão. A série “Memorial de Maria Moura”, inspirada em sua obra homônima, foi exibida com sucesso em dezenas de países.
Com uma escrita vigorosa e uma percepção aguda dos acontecimentos cotidianos, a imortal foi uma escritora consagrada. Além de romances, Rachel de Queiroz redigiu peças de teatro e um grande número de crônicas.
Durante cerca de trinta anos, Rachel de Queiroz publicou suas crônicas nas páginas da revista semanal “O Cruzeiro”. Com o encerramento do periódico, ela passou a veicular seus textos nos principais jornais do país.
Reconhecimento internacional
Jornalista, cronista, tradutora e contista, Rachel de Queiroz foi agraciada com diversos prêmios durante a trajetória como escritora. Autora de destaque quando o assunto é a ficção social nordestina, ela conquistou diversos prêmios na carreira como o Jabuti de Literatura Infantil com o livro “O menino mágico” (1969). Ela também foi a primeira mulher a ser agraciada 2m 1993 com o Prêmio Camões, maior reconhecimento atribuido a autores em língua portugesa.
Dentre duas atividades, Rachel de Queiroz traduziu para o português aproximadamente quarenta livros de autores renomados. Nessa seleção, estão personalidades da literatura mundial como Fiódor Dostoiévski, Honoré de Balzac, Agatha Christie e até Júlio Verne.
Em um dos momentos da entrevista para Hildegard Angel na TVE do Rio na década de 1980, a autora admite que dá mais importância à vida pessoal do que à carreira literária. No entanto, declara-se uma escritora disciplinada.
Natural de Fortaleza, Rachel de Queiroz faleceu no Rio de Janeiro aos 92 anos, por causa de problemas cardíacos, em 4 de novembro de 2003, mesmo dia do mês em que foi empossada na ABL, treze dias antes de comemorar mais um aniversário.
Conduzido pela jornalista Neise Marçal, o programa Recordar é TV leva ao telespectador conteúdos que representam momentos importantes da memória da televisão brasileira a partir de material preservado no acervo da emissora pública com os registros feitos na época da TVE do Rio de Janeiro.
Shows, programas de auditório, grandes entrevistas, matérias jornalísticas marcantes, musicais e peças de teledramaturgia serão revisitados em nova roupagem pela atração. O objetivo é tornar esses vídeos de acervo atraentes ao grande público e alvo da curiosidade daqueles que se interessam pela história das mídias como um dos expoentes da cultura nacional.
Para as próximas semanas estão previstas edições temáticas com grandes ícones da música, além de homenagens a personalidades consagradas como Ariano Suassuna e Rachel de Queirós, entre outros.
Serviço
Recordar é TV – terça-feira (31), às 22h45, na TV Brasil.
Recordar é TV – sábado (4), às 18h, na TV Brasil.
Recordar é TV – domingo (5), às 23h30, na TV Brasil.
