O Café Iracema, do Theatro José de Alencar, recebe nesta sexta, 24, às 18h30, o sarau “A Literatura e a Música Cearense”, realizado pela DJs Mrs em parceria com a DJ Evel, com a qual faz dupla em eventos especiais e contará com as participações da cantora, compositora e jornalista Mona Gadelha e o do radialista Nelson Augusto, que pontuarão o repertório apresentado-os dentro de um contexto histórico. A entrada é gratuita. Foto: Divulgação
Nas pick-ups, canções compostas por compositores cearenses como Alberto Nepomuceno, Juvenal Galeno, Fagner, Belchior, Ednardo e Francisco Casaverde, a partir de poemas, poesias e sonetos de grandes representantes da literatura do Ceará e universal, como Antônio Sales, Machado de Assis, Olavo Bilac, Dante Alighieri, Cecília Meireles, Florbela Espanca, Fernando Pessoa, Patativa do Assaré, Ferreira Gullar, José Camelo de Melo, entre outros. Nas interpretações, de Nara Leão, Sandra Felix, Fagner, Belchior, Ednardo, Simone Guimarães, entre outros intérpretes brasileiros.
Alberto Nepomuceno (1864-1920), “pai” do nacionalismo na música erudita brasileira, musicou diversos poemas de seus contemporâneos, como “Epitalâmio” e “Morta” de Antônio Sales da Padaria e Espiritual. “Coração Triste Falando ao Sol” de Machado de Assis, gravada por sopranos como Sandra Felix e Camilla de Falleiro.
“Medroso Amor”, de Juvenal Galeno, publicado em seu livro “Lendas e Canções Populares”, de 1865, gravada por Nara Leão.
Da audição do repertório de Fagner, serão tocadas canções como “Borbulha de Amor”, traduzida do poema de dominicano Juan Luis Guerra, por Ferreira Gullar; “Traduzir-se” e “Me Leve | Cantiga para não morrer”, feitas em parceria com Ferreira Gullar. A belíssima e polêmica “Canteiros”, do poema “Marcha”, de Cecília Meireles.
E canções de poemas da portuguesa Florbela Espanca, como “Fanatismo” e “Fumo, além de “Qualquer Música” interpretada por ele e musicada por Francisco Casaverde, poema de Fernando Pessoa.
De Belchior, poemas de Drummond, gravados no CD duplo “As Várias Caras de Drummond”, com 31 poemas musicados, que apesar de não ter tido sua versão em LP, vinha encartado com um livro no mesmo formato de LP, com 31 gravuras, das caras de Drummond, feitas por ele. O compositor cearense dizia ter mais compromisso com as palavras do que com a música. Belchior compôs diversas canções em que faz citações de poemas de poetas como Divina Comédia Humana, que faz referência à Divina Comédia do poeta florentino Dante Alighieri (1265-1321) e ainda ao poeta parnasiano Olavo Bilac, no final: “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo / Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto”. E o letrista segue, para concluir: “Enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer não eu canto”.
De Ednardo, vamos ouvir a música “Pavão Misterioso”, responsável pela a sua projeção nacional, que foi inspirada no livreto (cordel) “O Romance do Pavão Misterioso” de José Camelo de Melo. Além da audição comentada irão exibir imagens e vídeos ilustrativos.
