Lia Paris faz parte da nova safra da música indie brasileira. A cantora, compositora e performer paulistana teve seu álbum de estréia lançado em maio de 2015 com participações especiais de Marcelo Gross, Edgard Scandurra e Fredo Ortiz (Beastie Boys). O trabalho trás canções em parceria com Marcelo Jeneci e uma com Samuel Rosa, com quem Lia compôs a musica “Aniversário”, do álbum do Skank “Velocia”. O álbum também rendeu tour nos EUA e na Europa. No ano seguinte, Lia grava o álbum Lva Vermelha, com produção musical do inglês Daniel Hunt (Ladytron). Os single “As Ondas” lançado e gravado em Sp, “Uncanny”, gravado no deserto da Califórnia e “Laos “ em Paris, foram os primeiros trabalhos da cantora como artista multimídia. Foto: Divulgação
A artista que une música, performance e audiovisual segue em tour independente se apresentando em diversos formatos pelo Brasil, EUA e Europa onde esteve em 2016 e 2017. E agora, é a vez de Fortaleza conhecer o som e o show ao vivo, neste domingo, 30 de setembro, às 18h30, na programação do Ecléticos Livre Festival, que acontece no Parque do Cocó e tem acesso gratuito. Mas antes de chegar, Lia conversou com exclusividade com o Papo Cult.
Papo Cult – A sua estreia em disco foi em 2015 e no ano seguinte lançou o Lva Vermelha. Gostaria que falasse a respeito da construção desses trabalhos.
Lia Paris – Do primeiro para o segundo rolou uma metamorfose muito grande em mim. Ambos são autorais e muito sinceros, mas o lua vermelha considero um salto gigantesco, em tudo amadureci, como compositora, cantora e foi nele que me descobri performer e artista multimídia. Tanto que desde o fim de 2016 quando ele saiu, passei os últimos dois anos fazendo shows e performances mundo afora em diferentes formatos sempre explorando a tecnologia em cima do tema e da mitogolia sci fi em torno dele.
Esse EP multimídia, me possibilitou me explorar como artista múltipla de uma forma que jamais tinha imaginado. Aprendi muito com ele.
E essa vontade de ir ainda além me levou a fazer o single “Coração Cigano” gravado na Islândia em uma praia vulcânica. Esse single inaugura uma nova fase que vem por ai… vou mostrar um pouco dela em músicas inéditas neste show do Ecléticos.
Papo Cult – A respeito da sua experiência de shows lá fora, você pretende focar mais o mercado europeu, norte-americano?
Lia Paris – Foi maravilhoso poder ter me apresentado em diversos palcos em quase todos os continentes. Eu nunca imaginei isso, mas foi natural desse EP Lva Vermelha, fiz shows em galerias de arte, em festivais de tecnologia e acabei encontrando um espaço que no Brasil não tive tanto. Mas pisciana que sou, e ainda mais, dona de um verdadeiro coração cigano, vontade de abraçar o mundo é o que não falta. Pretendo manter os dois, mas agora, e pela primeira vez, meu foco é aqui, minha língua mãe é o Português, e entendi que é a que mais gosto de compor e me comunicar, amo o Brasil, as pessoas, a pureza e a alegria que temos como combustível para tudo.
Papo Cult – Você se apresenta em Fortaleza neste final de semana. O que o público pode esperar desse encontro?
Lia Paris – O público pode esperar uma artista super feliz e animada em estar pela primeira vez se apresentando por aqui, e um show com muitas novidades, quase todas do disco que chega ano que vem.
Papo Cult – Você tem algum conhecimento a respeito da cena artística do Ceará?
Lia Paris – Conheço e adoro! Amo o trabalho completo do Daniel Peixoto, conheci e adorei a Laya quando participamos da mesma edição do “Na Voz delas no Canal BIS ” gosto muito dos meninos Selvagens a Procura de Lei. Bom, amo Belchior, Zeca Baleiro fez parte da minha construção como artista, e pode não parecer, apesar do meu som ser mais voltado para misturas eletrônicas e sintéticas, amo um bom forró que essa terra produz com maestria.
