A mostra Cenas do Nordeste reúne teatro, dança e performance. Nesta primeira edição, realizada pela produtora potiguar Ardume Produções, terá formato virtual e apresentará 19 registros audiovisuais de espetáculos de diversos artistas e grupos da Região Nordeste do país. A mostra acontece entre os dias 17 e 24 de julho na plataforma de conferências Zoom. Os ingressos podem ser adquiridos através do site do Sympla, disponível no Instagram do evento @cenasdonordeste. Foto: Felipe Ando
Serão 16 espetáculos para o público adulto às 17h e às 21h, além de três espetáculos destinados ao público infanto-juvenil na Mostra Matinê, realizada às 10h. Artistas e grupos de todos os estados do Nordeste estarão presentes nesta edição: Piauí, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Maranhão e Ceará, com destaque para obras do Rio Grande do Norte, de onde surge a iniciativa.
Representando o estado do Ceará temo a obra “O Sr. Ventilador” do Grupo de Teatro Bagaceira, integrando a nossa Mostra Matinê com outras duas peças teatrais para o público-infanto-juvenil, a apresentação da filmagem deste espetáculo acontecerá no dia 18 de julho às 10h. Após as exibições dos registros em vídeo, o público será convidado a permanecer na sala virtual para um bate-papo com os grupos e artistas, mediado pelos artista-pesquisadores convidados Franco Fonseca (RN) e Euler Lopes (SE).
Além dos mediadores convidados, o evento conta com a produção dos artistas Diogo Spinelli, Heloísa Sousa, Thásio Igor e Pablo Vieira que junto com Felipe Fagundes, idealizador da Ardume Produções, organizam o Cenas do Nordeste. A identidade visual e o material gráfico são assinados pela designer Gabriela Pacheco.
Inspirado pela realização do PAN Norte! [Potências das Artes do Norte], um festival virtual de teatro, dança e performance com obras de artistas que residem na Região Norte, o Cenas do Nordeste surge como evento online, mas com o desejo de não se configurar apenas em um formato virtual, quando as apresentações ao vivo se tornarem possíveis novamente. No entanto, seus idealizadores reconhecem a potência que esses festivais e mostras virtuais podem trazem aos grupos e artistas nordestinos, que muitas vezes são impactados pela impossibilidade de circulação de seus trabalhos. Através da internet, torna-se possível um compartilhamento remunerado dos arquivos em vídeo de suas obras, alcançando outros públicos e sugerindo cruzamentos futuros.
Essa iniciativa não conta com nenhum tipo de apoio institucional ou patrocínio, por esta razão a compra dos ingressos contribuirá com os pagamentos da equipe e de todos os artistas que compõem a programação. Torna-se um modo de, não somente apoiar as artes da cena nordestinas, mas também de conhecer mais o trabalho que vem sendo realizado nos estados e subverter as lógicas de eixo e hegemonias predominantes na arte brasileira, trazendo visibilidade, afirmação e diálogo para outros territórios criativos.
Serviço
Cenas do Nordeste
De 17 a 24 de julho
Mais informações: Instagram @cenasdonordeste
Ingressos: https://www.sympla.com.br/cenas-do-nordeste—1-edicao—virtual__885513
Confira os detalhes sobre os espetáculos que integram a programação:
Negreiros, da Cia. LaCasa (AL), uma obra teatral dirigida por Fátima Farias e Abides Oliveira sobre a abolição da escravatura no Brasil.
Os que vêm de longe, do Teatro Poesia (AL), conta a trajetória de cinco refugiado em um mesmo barco, compartilhando memórias, dores e esperanças.
Quaseilhas, uma obra dirigida e concebida por Diego Araúja (BA) a partir de suas memórias e vivências em Alagados de Itapagipe e utilizando da literatura oral yorubana.
Ancés, de Tieta Macau (MA), é uma performance onde a artista tenta traçar a genealogia do corpo negro que dança.
Memórias de um cão, do Coletivo de Teatro Alfenim (PB), dirigido por Márcio Marciano a partir de estudos sobre a obra de Machado de Assis.
Soraia Queimada, filha da violência, do Desacerto Coletivo (PB), onde a drag queen Soraia Queimada, bicha preta e periférica, apresenta números sobre as violências do cotidiano brasileiro.
Por onde andam os porcos, é uma obra performativa em dança dirigida pela artista Kildery Iara (PE), que questiona o desempenha hiper produtivo da sociedade capitalista através de leituras de obras como A Sociedade do Cansaço de Byung Chul Han.
Dança Doente, da Demolition Incorporada (PI) com direção de Marcelo Evelin, a obra a partir dos escritos do coreógrafo japonês Hijikata Tatsumi e que tenta organizar uma patologia dançada pelo corpo em movimento para fora de si mesmo.
Trindade, Só Homens Cia. Dança (PI), uma obra que apresenta três entidade: a drag, o cavalo e o xaile; as descoberta e fracassos desses corpos a partir dos fados portugueses.
Provisório, do Grupo de Teatro Interferências (RN), com dramaturgia e direção de Thayanne Percilla, onde três personagens vivem relações familiares conturbadas.
Chico Jararaca, da Cia. Trapiá (RN), apresenta a história dessa figura nascida no Seridó potiguar e que foi cangaceiro do bando de Antônio Silvino.
Instruções para Abraçar o Ar, com direção de Diogo Spinelli (RN) a partir do texto de Arístides Vargas sobre a ditadura militar argentina.
Lá do Interior, do Coletivo de Atores Ô de Casa Ô de Fora (RN), um espetáculo teatral que segue o encadeamento do amanhecer até o anoitecer de um cotidiano do interior do Rio Grande do Norte.
A Tragédia Mais Insignificante do Mundo, do Teatro das Cabras (RN), obra teatral escrita pela dramaturga Fernanda Cunha onde uma perita criminal tenta desvendar o assassinato de três cabras.
Piedade, a seu dispô, da Dicuri Produções (SE), com a atriz Isabel Santos e dramaturgia de Euler Lopes, a obra investiga as condições de miserabilidade de certas camadas da sociedade brasileira.
Respire – Manifesta, do Grupo Caixa Cênica (SE), uma instalação-vivência cênica com uma dramaturgia expandida composta por palavras, sons, cheiros, movimentos e corpos políticos dançantes.
Mostra Matinê
O Sr. Ventilador, do Grupo Bagaceira (CE), uma peça que mostra a divertida relação entre um gerente de escritório e seu funcionário mais antigo e grande amigo o Sr. Ventilador.
Pinóquio & Gepeto ao sabor do vento, do Coletivo Piauhy Estúdio das Artes (PI), um espetáculo para todas as idades a partir de um dos maiores clássicos da literatura mundial.
Sal, Menino Mar, do Grupo de Teatro Facetas, Mutretas e Outras Histórias (RN), contando a história de Sal, uma criança que ama o mar e precisa atender o pedido de ajuda de uma concha para salvar os seres marinhos.