O Theatro José de Alencar recebe nesta sexta-feira, dia 23 de fevereiro, às 19h, no Palco Principal, o Centro Cultural Mandingueiros do Amanhã (MA) no espetáculo musical “Resistência Ancestral: Gungas, Marimbas e Urucungos em Encantorias Ancestrais”. Foto: Divulgação
Com acesso gratuito, sendo a retirada de ingressos feita somente pelo site Sympla, “Resistência Ancestral” mostra a conexão da Capoeira Angola com o terreiro, o quilombo e sua raiz negra. Para além do esporte e da luta, os artistas levam ao palco a ancestralidade da Capoeira Angola, com seus ritos, musicalidade, mistérios e seu sagrado.
O projeto também realiza um trabalho de contrapartida social, com oficinas de Capoeira Angola, Bumba-meu-boi e Tambor de Crioula para alunos e professores de escolas públicas, oficinas estas que serão realizadas em Fortaleza. O espetáculo contará ainda com audiodescrição e intérprete de Libras.
O musical
O espetáculo é estrelado por capoeiristas e jovens quilombolas de quatro comunidades do Maranhão: Vila da Fé, Santa Luzia, Santa Joana e Santa Maria dos Pretos, do grupo Mandingueiros do Amanhã. Para o Mestre Bamba e Mestra Valdira Barros, fundadores do Mandingueiros e criadores do espetáculo, a realização da peça é um grande reconhecimento e celebração histórica. “É uma forma de perdurar a tradição e as raízes da capoeira e de fortalecer a autoestima do povo negro”, explica Mestra Valdira.
“Através dos toques dos berimbaus, nós queremos contar a história da capoeira e sua ligação ancestral com as demais manifestações de matriz africana existentes no Brasil, a exemplo do tambor de crioula, do bumba-meu-boi e do samba. Destacamos a ligação com os orixás e a espiritualidade, fortalecendo assim a ancestralidade. As representações de Exú, Ogum, Iansã, Oxalá na dança, no jogo, no corpo e na musicalidade da capoeira. A Capoeira é o movimento de resistência e resiliência que a gente resiste com o corpo, com a mente e com o espírito”, disse Mestre Bamba.
Composto por oito atos, o espetáculo é guiado por uma orquestra de berimbaus, símbolo maior da capoeira, pela batida do tambor e o som único do pandeirão. O musical envolve mais de 50 integrantes que apresentam a mandinga, os cantos e encantos maranhenses, o tambor de crioula e o bumba-meu-boi no palco do TJA. A apresentação é patrocinada pelo Instituto Cultural Vale, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Lei Rouanet, do Ministério da Cultura (MinC).
Gratuito e inclusivo
Após a estreia em Fortaleza, o espetáculo segue para apresentação em São Luís, no quilombo Vila Fé em Deus, na cidade de Santa Rita; em Itapecuru Mirim; e no quilombo Santa Joana, também em Itapecuru Mirim – todas no Maranhão. Ao término da turnê, será produzido um catálogo com imagens da vivência de produção da obra e com o relato de seus participantes. O documento será impresso incluindo edições em braille.
Trabalho sociocultural
O Centro Cultural Mandingueiros do Amanhã desenvolve, há 27 anos, um trabalho sociocultural com crianças e jovens em São Luís e há dez anos atua em comunidades quilombolas do Maranhão, proporcionando oficinas culturais e educacionais, tendo como matriz a Capoeira.
Serviço
“Resistência Ancestral – Gungas, Marimbas e Urucungos em Encantorias Ancestrais”
Data: 23 de fevereiro (sexta-feira), às 19h
Local: Palco Principal do Theatro José de Alencar
Rua Liberato Barroso, 525, Centro – Fortaleza-CE
Entrada: gratuita com a retirada de ingressos feita, antecipadamente, somente pelo site Sympla TJA
Capacidade: 711 lugares
Duração: 90min
Classificação: Livre
Local acessível somente na Plateia (térreo)
Tradução em Libras / Audiodescrição