As apresentações dos espetáculos de conclusão de 2025 das turmas do Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT), do Theatro José de Alencar, continuam neste sábado e domingo. A Turma Manhã, com direção da professora Juliana Veras, irá estrear o espetáculo “O Caroço” neste sábado, 06 de dezembro, em duas sessões: 18h30 e 20h. Por fim, a Turma Noite irá encenar no Palco Principal “Hecatombe” neste domingo, 7, às 18h30 e 20h; a direção é assinada pela professora Neidinha Castelo Branco. Com entrada gratuita, a retirada de ingressos acontece pelo site Sympla um dia antes de cada apresentação, às 18h; e na bilheteria, uma hora antes do início.
“O Caroço” / Direção: Juliana Veras
Duração: 50min, Classificação indicativa: 12 anos
Em uma sociedade que diz valorizar a infância, mas pouco escuta suas crianças, o espetáculo “O Caroço” revela as marcas invisíveis deixadas pela invalidação e pela violência silenciosa dentro de casa. A montagem de conclusão da turma manhã do Curso Princípios Básicos de Teatro 2025, traz, sob a direção de Juliana Veras, uma fábula corporal sobre aquilo que nasce, o que sobrevive, e o que germina dentro de nós quando o mundo nos corta pela raiz.
Entre fantasia e brutalidade, sombras e memória, descubra a resistência poética da infância e a busca pela compreensão daquilo que nos atravessa quando ainda não somos nós. Uma história sobre família, infância, violência e a extraordinária capacidade humana de brotar e renascer, mesmo depois do impossível.
“Hecatombe” / Direção: Neidinha Castello Branco
Duração: 60min, Classificação indicativa: 14 anos
Suspensos em solo árido e escaldante, onde a sobrevivência se confunde com a devoção à Liturgia, os Flagelados cavam sem cessar, presos à promessa que nunca se cumpre. Há milênios, eles vivem ao redor do Poço, purgatório vivo, e são vigiados em carne e cosmos. HECATOMBE é um espetáculo que emerge do fim. Uma peça sobre miséria e poder que questiona o que resta de humano quando todos caminham rumo ao mesmo abismo.
“Hecatombe” não tem nem cronologia, nem espaço delimitados. O espetáculo nasce da investigação da miséria humana extrema como forma de controle social. Partindo da ideia do ritual grego hecatombe (“sacrifício de cem bovinos”) e da estética do Teatro do Absurdo, a peça se passa em um não-lugar desértico e suspenso entre rituais e ressurreições, onde a sobrevivência se confunde com a devoção à Liturgia, texto sagrado que orienta a vida daquele povo desde o início dos tempos.
Durante os exercícios cênicos, desenvolvidos em quatro atos ao longo do curso, a turma consolidou urgências ligadas ao corpo em exaustão e à mente submetida, compondo um mosaico de imagens e sensações atravessados por uma sonoplastia imersiva. O processo de pesquisa atualiza provocações de gmail clássicos do Teatro do Absurdo, como “O Rinoceronte” (1959), de Eugène Ionesco, e “Esperando Godot” (1953), de Samuel Beckett, trazendo-as a um futuro distópico em que a catástrofe é cotidiana e banalizada.
É misturando realidade e ficção, sonho e concretude, que a peça propõe uma reflexão potente sobre a obediência cega, os mecanismos de manipulação e o poder simbólico de quem observa o colapso, mas escolhe permanecer inerte.
A história se ergue em torno do Poço, purgatório vivo que devora os exauridos e regurgita aqueles ainda úteis ao trabalho. A montagem traz à cena os Flagelados, cegos pela promessa de encontrar o Oásis, onde haverá água em abundância. Eles são vigiados pelas Lideranças, zeladoras da ordem, e pelas Crianças, deuses-donos de um mundo em miniatura. O ciclo se repete até que a revelação inesperada de uma flagelada retornada do Poço ameaça quebrar a eterna coerção: o que acontece quando entidades brincam com o fim?
Serviço
Espetáculos de conclusão das turmas do Curso Princípios Básicos de Teatro (CPBT) 2025
Local: Palco Principal do Theatro José de Alencar
Rua Liberato Barroso, 525, Centro
Sessões: 18h30 e 20h
Capacidade: 100 lugares (por sessão)
Gratuito – retirada pelo Sympla, um dia antes das sessões, às 18h), e na bilheteria (1h antes do início)
