Crédito Acervo Diários Associados RJ/Instituto Moreira Salles
O Instituto Moreira Salles lança o site Testemunha Ocular. A plataforma estará disponível a partir de 2 de junho, vai apresentar a produção e carreira de fotógrafos de diferentes gerações e regiões do país. Também inclui dossiês, ensaios críticos, depoimentos em vídeo, além de outros materiais que ressaltam a importância da atividade na documentação da realidade brasileira e na construção da memória nacional.
A concepção do projeto é do jornalista Flávio Pinheiro, que atuou como superintendente-executivo do IMS entre 2008 e 2020. O jornalista Mauro Ventura assina a edição do site, e o fotógrafo Leo Aversa, por sua vez, foi responsável pela edição de imagens durante a criação do projeto.
O portal tem como ponto de partida a forte presença do fotojornalismo no acervo do IMS, que reúne desde coleções autorais até o conjunto de imagens dos Diários Associados, adquirido em 2016. O portal destaca esse rico material, mas também aborda a obra de outros profissionais, além de diferentes assuntos relacionados à área. É destinado tanto a pesquisadores quanto ao público em geral, que pode navegar pelas histórias, imagens e reflexões ali reunidas.
os, como Reginaldo Manente, Rosa Gauditano e Hélio Campos Mello, quanto jovens em ascensão, como Gabriela Biló, Júlio César, Felipe Dana e Victor Moriyama.
Há também profissionais de diferentes estados, incluindo o gaúcho Ricardo Chaves, as pernambucanas Hélia Scheppa e Ana Araújo, a mineira Isis Medeiros e o baiano Renan Benedito, entre outros. Todos os contemplados têm uma página no site, com a biografia e uma seleção de 20 imagens (veja a lista completa no final do release).
Outro destaque é a seção dedicada a fotos históricas provenientes do acervo dos Diários Associados e de outras coleções do IMS. Cada postagem desse núcleo trará um conjunto de imagens junto com um texto de contextualização. O site inaugura com a série de registros do incêndio que destruiu a favela da Praia do Pinto, em 1969, no bairro do Leblon, no Rio de Janeiro.
O site publica ainda comentários críticos sobre determinadas fotos produzidos por acadêmicos e escritores. O jornalista Mário Magalhães, por exemplo, comenta uma imagem feita em 1976, por Orlando Brito, que registra um tenente do Exército envergando uma braçadeira com a inscrição “Imprensa”. A historiadora Ynaê Lopes dos Santos, por sua vez, assina um texto sobre uma foto de Luiz Morier realizada em 1982, durante uma batida policial em que homens negros foram amarrados pelo pescoço.
Há também conteúdo em vídeo. Na seção Relance, profissionais contam a história de uma imagem que marcou sua carreira. O fotógrafo José Francisco Diorio, por exemplo, comenta a foto de um incêndio na favela do Buraco Quente, em São Paulo, que realizou para o jornal O Estado de S.Paulo em 2004 e lhe rendeu prêmio do World Press Photo. Já o núcleo Vida Longa traz depoimentos de fotojornalistas sobre suas carreiras, começando com o de Evandro Teixeira.
O site contará ainda com notícias sobre o fotojornalismo atual, destacando premiações e registros marcantes. Flávio Pinheiro comenta o projeto: “Testemunha Ocular cumpre o papel de ser uma memória do fotojornalismo brasileiro vindo do passado até o presente. Os 50 profissionais que mostram seus trabalhos no site foram e são perspicazes observadores da cena brasileira com toda sua diversidade social e regional, de raça e de gênero. Revelam que, apesar do avanço das imagens em movimento, as imagens fotográficas ainda produzem forte impacto e são necessárias para o entendimento da realidade.”