A exposição imersiva “Fósseis do Cariri” segue em cartaz no Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS) por tempo indeterminado. É um espetáculo imersivo que recria os ecossistemas fossilizados da Bacia do Araripe, um dos mais ricos e importantes patrimônios paleontológicos do mundo. A entrada é gratuita.
Com som espacializado e duração de 15 minutos, a atração transportará os visitantes para 100 milhões de anos atrás, no meio do período Cretáceo, quando dinossauros, pterossauros, tartarugas e outras formas de vida habitavam o que hoje conhecemos como a Chapada do Araripe. Porém, mais do que apenas mostrar os animais, “Fósseis do Cariri” recria biomas extintos, com vegetação, animais terrestres e aquáticos da época.
A obra é constituída por vídeos, ilustrações e animações 2D e 3D, exibindo a exuberância dos ecossistemas retratados. Além de se apoiar em pesquisa e em entrevistas, o projeto contou com a consultoria do professor José Xavier Neto, ex-cientista chefe do Ceará de 2019 a 2023. O professor José Xavier Neto tem doutorado em Ciências pela Universidade de São Paulo e pós-doutorados em Biologia Molecular (USP) e em Biologia do Desenvolvimento (Universidade de Harvard).
“Fósseis do Cariri” destaca a riqueza de fósseis de dinossauros, pterossauros, peixes e répteis bem preservados que foram encontrados especialmente na Chapada do Araripe, na região do Cariri, no sul do Ceará — declarada recentemente a primeira “Paisagem Cultural do Ceará” pela Secretaria da Cultura do Ceará (Secult).
Animais em destaque
“Fósseis do Cariri” reproduz 5 dinossauros, 9 pterossauros, 2 crocodilomorfos, duas tartarugas, 16 peixes e mais de 15 espécies de plantas, resultando em um total de mais de 50 espécimes recriados por paleoartistas experientes. Dentre os animais apresentados, destaca-se a especial relevância de alguns deles, como o dinossauro Santanaraptor. O fóssil deste animal encontrado na região permitiu a identificação da espécie. A recriação digital do Santanaraptor é uma forma disponível de a população saber mais sobre este gênero de dinossauro terópode.
Outro que merece destaque é o Ubirajara jubatus. O fóssil deste dinossauro havia sido levado do Cariri de maneira irregular, e permaneceu por quase 30 anos na Alemanha, até ser devolvido ao Ceará em 2023. Atualmente, o holótipo (peça única que serviu de base para a descrição original de uma espécie) está no Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, em Santana do Cariri. O importante achado paleontológico é considerado o dinossauro mais antigo da Bacia do Araripe. O retorno de Ubirajara ao Cariri tornou-se um símbolo do esforço do Brasil para recuperar materiais fossilíferos contrabandeados para outros países.
Serviço
Museu da Imagem e do Som do Ceará (MIS)
Endereço: Av. Barão de Studart, 410, Meireles, Fortaleza-CE
Entrada: gratuita
Mais informações: @mis_ceara e mis-ce.org.br